“A arte existe porque a vida não basta”. A frase do saudoso poeta e escritor Ferreira Gullar, reescrita em pedacinhos de azulejos pelos alunos(as) e monitores do workshop de mosaico, ilustra bem como foi a sexta-feira do dia 27 de setembro na Escola de Artes e Ofícios Thomaz Pompeu Sobrinho (EAOTPS). Os jardins da Escola – instituição da Secretaria da Cultura do Ceará (Secult) gerida em parceria com o Instituto Dragão do Mar – respiraram arte e celebraram o artesanato cearense durante todo o dia.
A Feira Fuxico da Escola, em sua oitava edição, novamente possibilitou a vários alunos(as), ex-alunos(as) e artesãos convidados a divulgação e comercialização de trabalhos artesanais que utilizam as mais diferentes matérias primas e técnicas: bordado, xilogravura, costura, desenho, entre outras.
Assim como na última edição, o Fuxico veio mais uma vez acompanhado do Circuito das Artes. A iniciativa promoveu mais de 20 workshops de curta duração que permitiram novos aprendizados para o público visitante em diversas linguagens: bordado, macramê, tecelagem manual, costura à mão, pintura em tecido, pintura em papel, mosaico, gravura, entre outros.
Para Eneida Alves, uma ótima chance de aprender novos conhecimentos. Ela se inscreveu no workshop de bordado em papel craft. Já acostumada a bordar em tecido, a técnica foi uma novidade. “Foi uma oportunidade maravilhosa. Um aprendizado”, atesta. Juliana Farias, ex-aluna da Escola e monitora do workshop, também confirma a importância da Feira e do Circuito: “é uma oportunidade de divulgar, vender produtos e também de aprender novas técnicas.” Formada em designer de moda, Juliana começou a se dedicar ao bordado em um curso feito na Escola. Mais do que aprender a técnica tradicional, encontrou inspiração para sua vida. “O bordado mudou minha vida totalmente e a Escola foi fundamental pra mim. Hoje me considero uma bordadeira, tenho uma carreira profissional”, revela, completando: “você pode usar o bordado para se expressar, não apenas ficar em casa bordando pano de prato”.
Mônica Barreto, foi outra que participou do Circuito, onde aprendeu a técnica da Gravura com sucata, ensinada pelo artesão Marcelino Carvalho. “Você consegue expressar seus sentimentos, como uma terapia, e sair com trabalhos maravilhosos. É uma troca de experiências maravilhosa”. Marcelino vê em iniciativas como o Fuxico e o Circuito algo necessário para estimular o interesse pela arte. “É essencial, porque tem muita gente talentosa, que precisa ser agregada. A Escola deve funcionar como esse vetor diferencial, de proporcionar a oportunidade de as pessoas desenvolverem seus talentos”.
Que venham novas edições, porque a vida, como afirma Gullar, sempre precisa da arte.